GOVERNADOR NA MIRA

No palanque com Lula, ministros atacam Zema

Quatro dos seis ministros que discursaram em Mariana criticaram o governador Romeu Zema, que não compareceu ao evento nem enviou representantes

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A cerimônia de apresentação do “Novo Acordo Rio Doce”, voltado à reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, na Região Central de Minas, virou palanque para ataques do governo federal ao governador do estado, Romeu Zema (Novo). Durante evento, na manhã desta quinta-feira (12/6), quatro dos seis ministros que discursaram na Praça da Sé, no Centro da cidade, criticaram diretamente o chefe do Executivo mineiro, que não compareceu e tampouco enviou representantes.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve na cidade para anunciar medidas voltadas à reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em 2015. A ausência de Zema, que tem intensificado críticas à gestão petista e é pré-candidato à presidência em 2026, dominou os discursos dos ministros, que rebateram as críticas que a gestão federal vem sofrendo nas últimas semanas.

A primeira alfinetada veio do ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, que abriu os discursos com uma provocação literária. Messias citou o episódio em que Zema, presenteado com um livro de Adélia Prado, perguntou se a autora mineira era funcionária de uma rádio local de Divinópolis. “Tem governante que não conhece”, disse o ministro, após a leitura do poema “Janela”, de Adélia. 

“Alguém conhece a autora, poetisa que fez esse poema, ‘Janela’? Adélia Prado! Uma grande mineira. Na terra da Adélia Prado, ganhadora do Prêmio Camões, ler esse poema ‘Janela’ é dizer para o senhor, presidente, que o senhor está reabrindo as janelas do povo de Minas Gerais. Janelas de vida. Agora, vocês sabem que tem um governante aqui de Minas Gerais que não conhece seu povo? Não conhece a Adélia Prado”, afirmou Messias, sem mencionar diretamente o nome do governador.

Em tom de exaltação ao petista, completou: “Nós temos que honrar a Adélia, honrar as melhores tradições de Minas Gerais. Presidente, Adélia Prado é vida, ‘Janela’ é vida. O senhor veio aqui, presidente, reabrir as janelas da vida de Minas Gerais. Tenho orgulho de estar ao seu lado, presidente. Lutando por esse povo”. O público respondeu com gritos de “Fora, Zema”.

Na sequência, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, também não poupou críticas ao governador, ironizando um vídeo em que Zema aparece comendo uma banana com casca, em uma tentativa de criticar os preços dos alimentos e atribuir a responsabilidade ao governo federal. “Quero dizer ao governador que, até a chegada do presidente Lula, ele [Zema] estava calado, sem criticar e sem apontar as falhas desse acordo. Portanto, vamos trabalhar, governador. Se diminuir o tempo que o senhor gasta fazendo vídeo, falando bobagem e comendo frutas com casca, o senhor vai ter mais tempo para trabalhar e cuidar do povo de Minas”, disparou o ministro.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, manteve o tom. Em sua fala, ao anunciar que parte do novo acordo será destinada à construção de um hospital regional, Padilha disse que “tem muito governador por aí que faz hospital, mas não coloca o hospital para funcionar. Não coloca o atendimento no hospital”. Uma das promessas de campanha do governador era a entrega de seis hospitais regionais em diferentes regiões do estado. Até hoje, nenhum deles foi entregue.

Mais contundente foi o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macedo. Ele acusou Zema de espalhar mentiras sobre Lula e sugeriu que ele “lavasse a boca com água sanitária” antes de se referir ao presidente. “Ele tem que lavar a boca dele com Qboa, com água sanitária, e reconhecer sua insignificância”, disparou, ao comentar as críticas feitas por Zema à ida de Lula a Mariana.

Um dia antes da visita do presidente, o governador mineiro havia atribuído ao governo federal a responsabilidade pela criação da Fundação Renova, entidade criticada por não cumprir de forma efetiva sua missão de reparar os danos causados pela tragédia de 2015. O governador ainda afirmou que o novo acordo só avançou por mérito da estrutura construída pelo governo mineiro com o acordo do rompimento da barragem de Brumadinho, que ocorreu em 2019.

Os ministros Marina Silva (Meio Ambiente) e Alexandre Silveira (Minas e Energia) encerraram a sequência de discursos. Ambos optaram por falas propositivas, destacando entregas do governo federal e evitando entrar nos ataques ao governador mineiro. Marina, que foi uma das mais aplaudidas da cerimônia, agradeceu a Lula por “priorizar a agenda ambiental”.

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