Olavo Machado Neto expõe 'obgestos' no Museu das Minas e do Metal, em BH
Designer abre a mostra 'Leve' nesta quarta-feira (11/6), propondo a conexão do mobiliário urbano com as vivências do cidadão que o utiliza
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Siga noO aço é um dos metais mais resistentes do mundo. Rigidez, uniformidade e frieza são características do material. Nas mãos do designer e artista plástico Olavo Machado Neto, ele se transforma em arte e, mais que isso, em mobília aconchegante.
Nesta quarta-feira (11/6), “Leve” entra em cartaz no TerrAço Paulo Mendes da Rocha, no MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal. Com curadoria de Angélica Adverse, a exposição de peças de mobiliário urbano concebidas por Olavo Machado Neto pode ser conferida até 3 de agosto.
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As obras se dividem em dois grupos. As vermelhas, expostas desde 9 abril, Dia Nacional do Aço, homenageiam a matéria-prima à qual o artista se dedica. Híbrido, o conjunto serve tanto como poltrona quanto mesa de bar. Já as peças brancas, recém-chegadas, formam bancos que se dividem em formatos longos e individuais.
Antes de Belo Horizonte, as peças foram exibidas em Miguel Burnier, distrito de Ouro Preto conhecido pela extração de minério. Em abril, elas ficaram em Ouro Branco, local da principal usina de fabricação de aço da Gerdau em Minas.
O conjunto foi pensado especialmente para o Museu das Minas e do Metal. Nos últimos seis anos, Olavo realizou duas exposições no local e sentiu necessidade de preencher a área que ficava desocupada entre as mostras. Desenhadas e produzidas a partir de novembro de 2024, as peças têm formato e cores que se fundem à arquitetura do terraço.
“Era um espaço vazio. Agora, desenhamos o mobiliário para que as pessoas possam subir ao terraço e o utilizarem. É um presente para a cidade e para o museu”, conta Olavo Machado Neto.
Objetos + gestos
De acordo com ele, as peças não foram propostas apenas para serem observadas, o objetivo é a interação com o público. Olavo as define como “obgestos”, fusão de objetos e gestos. Assim, o mobiliário tem forma escultórica, mas só se completa com o toque do visitante.
Por ser mobília comumente utilizada em ambientes de convivência, o propósito de bancos e poltronas é convidar o público a se conectar ao que está à sua volta, seja a paisagem de Belo Horizonte, seja a presença de outros visitantes.
“A ideia é que o objeto sirva para mais do que ser contemplado. Ele deve ajudar a contemplar o que está ao redor. Esperamos que as pessoas se sentem nele e vivam suas vidas tendo esta peça como utensílio”, explica o artista.
Com o propósito de mobilizar o público e conquistar espaço permanente para suas obras no MM Gerdau, Olavo deseja que a exposição incentive o design de mobiliário na capital mineira.
“Espero poder inspirar outras pessoas a fazerem novas peças. Quem sabe possamos povoar nossa cidade, nosso estado e o país com boas peças de mobiliário urbano?”, reflete.
A exposição inclui a oficina “Memórias no TerrAço”, que propõe a interação entre mobiliários e a escrita em cartões de papel-semente. Em 31 de julho, Olavo Machado Neto vai ministrar oficina de escultura aberta ao público.
“LEVE”
Exposição de Olavo Machado Neto. Até 3 de agosto, no MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal (Praça da Liberdade, 680, Funcionários). Funciona de terça a domingo, das 10h às 17h; e quinta-feira, das 10h às 22h. Entrada franca.
* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria