Fred Melo Paiva
Fred Melo Paiva
DA ARQUIBANCADA

Se Netanyahu fosse atleticano, daria um tempo na guerra

"Nossos corações se enchem de ternura quando o Galo ganha, mais ainda se por merecimento, com a autoridade"

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Vamos aproveitar, senhores, que o mundo ainda não acabou. Pelo menos até o fechamento desta edição, quando bombas ainda caíam sobre o Irã, crianças e mulheres seguiam sendo mortas em Gaza, e a democracia americana respirava por aparelhos. Apesar dos pesares, ainda estávamos aqui.


Vamos mirar no exemplo do Bozo – sempre rir, sempre rir, pra viver é melhor sempre rir. Tanto que Bozo despiu-se de todo o ódio, pediu desculpas ao Xandão e convidou-o para vice, talvez pensando em tornar-se síndico no Vivendas da Barra Pesada quando enfim vier a prisão domiciliar. Pronto, vou entrar nessa também. E caso me torne candidato, ainda que a uma vaga coberta no estacionamento do prédio, vou chamar um Menin para o posto de suplente.


Sim, os nossos corações se enchem de ternura quando o Galo ganha, mais ainda se por merecimento, com a autoridade de quando ainda pagávamos em dia. Se o Galo perde, somos tomados pela amargura daquele que se revolta, mesmo que secretamente, com grávidas a furar a fila. Mas, se o Galo ganha, oferecemos a vez ao mais tosco dos bebês reborn: “Benza Deus, que fofura!”.


Se Netanyahu fosse atleticano, daria um tempo na guerra durante a disputa do Mundial. Pensaria: estamos a oito jogos sem perder no Brasileiro, a 14 sem derrotas em casa, a quatro pontos do líder. É certo que fomos roubados, mas o homem roubado nunca se engana: o Galo é o time da virada, o Galo é o time do amor, lê lê lê, lê lê lê, lê, lê lê... E então bombardearia o Irã com chumaços de flores e explodiria crianças com bombinhas de festa junina.


Quando o Bozo está errado, o Bozo está errado. Quando está certo, também está errado. Mas, esta semana, parece ter antecipado o golpe do amor quando, réu, abandonou o estilo hell. Senão, como explicar que este colunista, amargo inimigo da CBF e liderança do Movimento Corrente Pra Trás, tenha se afeiçoado a Ancelotti a ponto de torcer pela selecinha? Torci, vi e venci. Não será de se estranhar se alguém me encontrar na rua com a amarelinha, eu e a Débora do Batom.


Dois dias depois, o Galo ganhô. Rony, que sempre julguei rústico demais para o salário de jogador melhor acabado, tem se mostrado pra lá de eficiente, além de raçudo como um Donizete. Agora, neste mês de parada para o Mundial, Cuca fará do nosso elenco um dos melhores da história. O meu futuro suplente estará com a razão. Talvez oferte a ele a vaga coberta da garagem.

Diante da inevitável disparada rumo ao tetra do Brasileirão, o tri da Copa do Brasil e o tri unificado da Sul-Americana, chegaremos à conclusão de que 2,3 bilhões em dívidas é super ok. Veja que o aumento do IOF batalhado pelo Haddad somaria 10 bi. Os subsídios ao agro, então, chegam a 140 bilhões. 2,3 bi, pois, é dinheiro de pinga. Nada que uma boa campanha nos moldes do Fica Ronaldo, o zagueiraço que foi embora, não dê conta e com sobra. Sobra, aliás, que será convertida em quatro Hulks.


Já sem língua pra queimar, arei a andar pelas ruas como um vulto, um fantasma cinza, sem rosto, apenas a silhueta do cronista ultraado – o Fred Apagado. Apagado, mas feliz.

Enquanto aguardamos tal desfecho, preenchidos desse amor de mãe que só o Galo é capaz, torceremos pelos brasileiros no Mundial de Clubes. Em especial para Vinicius Jr. Daqui a quatro anos, o Galo será enfim a potência mundial a ser vencida, então é bom a gente já entender como funciona o negócio. A única dúvida é se ainda haverá mundo. Do jeito que a gente é azarado, é capaz que não.

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