Frio: veja como proteger seu pet de doenças respiratórias e articulares
Frio intenso pode agravar quadros de dor crônica e aumentar casos de infecções em cães e gatos; especialista orienta como prevenir problemas comuns da estação
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Siga noCom a queda das temperaturas, tutores de cães e gatos devem redobrar a atenção com a saúde dos seus animais. O ar seco, as mudanças de rotina e o frio típico do outono e do inverno favorecem o surgimento de doenças respiratórias, articulares e urinárias, além de aumentar quadros de dor crônica, especialmente entre os pets idosos. Para evitar complicações, é essencial adotar medidas preventivas e reconhecer sinais precoces de desconforto.
A veterinária Dra. Júlia Moreira, especialista em anestesiologia e clínica da dor, destaca que o frio agrava significativamente o sofrimento de animais com doenças articulares como artrose e displasia. "A dor crônica está presente o ano todo, mas no inverno ela costuma se intensificar. O organismo do animal tenta produzir mais calor, o que leva a contrações musculares que aumentam a rigidez e reduzem a circulação nas articulações, resultando em mais desconforto", explica.
Doenças mais comuns nos meses frios
Nos cães, uma das doenças respiratórias mais recorrentes é a "tosse dos canis", também chamada de traqueobronquite infecciosa. Altamente contagiosa, a enfermidade provoca tosse seca, espirros e secreção nasal. A gripe canina, causada pelo vírus da influenza canina (CIV), também preocupa: os sintomas incluem febre, letargia e até pneumonia.
Gatos, por sua vez, costumam apresentar casos de rinotraqueíte, conhecida como "gripe felina", que causa espirros, secreções oculares e nasais, febre e perda de apetite. Além disso, a ingestão reduzida de água durante o inverno favorece o surgimento de infecções urinárias, sobretudo em machos, que podem evoluir para problemas dolorosos como cálculos e inflamações.
Quando a dor se agrava
Segundo a Dra. Júlia, o frio favorece a agudização da dor crônica, e os tutores precisam estar atentos a mudanças comportamentais. "Rigidez ao se levantar, relutância para subir escadas ou pular em móveis, menor disposição para eios ou brincadeiras são sinais claros. Em gatos, é comum que deixem de subir em locais altos ou em a urinar fora da caixa. Esses comportamentos não devem ser ignorados", alerta.
A especialista reforça que o tratamento deve ser individualizado, mas pode ser intensificado nos meses mais frios com uso de fármacos de ação mais rápida. Ela também recomenda terapias complementares, como fisioterapia e acupuntura, além do controle de peso e da adaptação do ambiente doméstico.
Cuidados simples fazem a diferença
Para garantir o conforto e a saúde dos pets durante o inverno, os tutores devem adotar algumas práticas:
- Manter os animais aquecidos, com cobertas e roupas apropriadas;
- Reduzir a frequência dos banhos e garantir a secagem completa;
- Estimular o consumo de água, trocando a vasilha com frequência e mantendo-a limpa;
- Evitar eios em horários mais frios do dia;
- Manter as vacinas em dia, principalmente contra a Tosse dos Canis;
- Observar alterações comportamentais e buscar atendimento ao menor sinal de problema.
Evite erros comuns
Entre os erros mais frequentes cometidos pelos donos no inverno, está o incentivo a saltos ou movimentos bruscos, como subir em sofás ou camas sem auxílio. "O ideal é usar rampas ou escadinhas, pois as articulações estão mais vulneráveis nessa época", recomenda Júlia.
Outro erro grave é medicar o animal por conta própria. "O aumento no uso de analgésicos e anti-inflamatórios é comum no frio, mas só deve ser feito com prescrição. Em animais idosos, os riscos de efeitos colaterais são ainda maiores", alerta.
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Por fim, a veterinária reforça a importância de não subestimar os sinais sutis de dor. "Os animais sentem dor como nós. Ao reconhecer os sintomas e buscar tratamento adequado, estamos oferecendo qualidade de vida a eles. Não é porque continuam brincando ou comendo que não estão sofrendo", conclui.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Humberto Santos