Weintraub, após Bolsonaro brincar com Moraes: 'Fomos otários'
Weintraub afirmou que "esse rato é mais imundo e covarde do que eu imaginava", após Bolsonaro chamar os apoiadores que pediam intervenção militar de "malucos"
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Siga noO ex-ministro da Educação (MEC) Abraham Weintraub ficou inconformado com as declarações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o depoimento dos réus pela tentativa de golpe de Estado em 2022, nesta terça-feira (10/6).
Nós, que acreditamos no Bolsonaro em algum momento, fomos OTÁRIOS!
— Abraham Weintraub (@AbrahamWeint) June 10, 2025
EU FUI MUITO OTÁRIO!!!!! pic.twitter.com/yiWTIRcOEJ
"Nós, que acreditamos no Bolsonaro em algum momento, fomos otários! Eu fui muito otário", escreveu o ex-aliado bolsonarista nas redes sociais. A postagem acompanhava o momento em que o ex-presidente, em tom de brincadeira, chama o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para ser seu vice nas eleições de 2026.
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Moraes, que já foi chamado de canalha por Bolsonaro e que, segundo o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, seria o único membro da Suprema Corte preso ou morto no Plano Punhal Verde e Amarelo, respondeu entre risos que recusava o convite.
Apesar da fala, Bolsonaro está inelegível após ter sido condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral por usar prédios públicos em atividades de campanha ao transmitir, em emissora pública, reunião com representantes estrangeiros sobre o pleito. As duas práticas — uso de edifícios e empresas públicas para campanha — são proibidas por lei.
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Em outra publicação, Weintraub reforça o adjetivo autodepreciativo de que teria sido "muito otário" em um trecho em que Bolsonaro chama seus apoiadores que pediram AI-5 e intervenção militar de "malucos".
O ex-aliado de Bolsonaro também ofendeu o ex-presidente, classificando-o como "rato" e afirmando que ele é "mais imundo e covarde do que eu imaginava".
Weintraub comandou o MEC de abril de 2019 a junho de 2020 e era considerado um dos ministros mais próximos do ex-presidente. Ele foi afastado do cargo após vazar um vídeo com o primeiro escalão do governo, no qual pedia a prisão de ministros do STF. Depois disso, foi indicado pelo então presidente para um cargo na direção do Banco Mundial.
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O plano de disputar o governo de São Paulo em 2022 levou Weintraub a voltar ao Brasil na esperança de obter o apoio de Bolsonaro. No entanto, o presidente optou por apoiar seu ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).
Desde então, Weintraub tem feito críticas duras a Bolsonaro e aos bolsonaristas.