BH: professores da rede municipal decidem manter a greve
A categoria reivindica um reajuste maior do que o apresentado pela prefeitura, de 2,49%. Uma nova assembleia será realizada na próxima terça-feira (17/6)
compartilhe
Siga noOs professores da rede municipal de Belo Horizonte decidiram pela continuidade da greve em Assembleia Geral realizada nesta quarta-feira (11/06) na Praça da Estação, Centro de Belo Horizonte. A paralisação ocorre em meio à Campanha Salarial 2025, que teve início em janeiro. A categoria reivindica um índice maior de reajuste do que o apresentado pela prefeitura. Uma nova assembleia será realizada na próxima terça-feira (17/6).
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede/BH), a proposta de reajuste de 2,49% é inferior à inflação dos últimos 12 meses e o menor índice na região metropolitana, além de estar abaixo do reajuste do Piso Nacional do Magistério (6,27%).
Os trabalhadores também negaram o reajuste do vale-refeição de 2,49%, retroativo a maio, aumento do valor do vale-refeição para R$ 60 no mês subsequente à aprovação da lei e possibilidade de avanço de um nível na carreira por escolaridade, mediante critérios da Prefeitura de Belo Horizonte.
Leia Mais
Conforme o Sind-Rede/BH, a prefeitura municipal enviou um ofício com um acréscimo à proposta anterior, mantendo o reajuste irrisório de 2,49%. A única “novidade”, segundo a categoria, foi a promessa de extensão do ticket alimentação para os trabalhadores com jornada inferior a 40 horas semanais, o que corresponde à maior parte dos professores municipais.
Para os professores, no entanto, esse tipo de medida não substitui a luta por reajuste salarial. “O ticket não é incorporado à aposentadoria e pode ser retirado a qualquer momento. O que estamos reivindicando é a valorização real da nossa carreira, com um índice de reajuste digno”, manifestou o sindicato.
Manifestação
Na manhã desta quarta-feira (11/6), os docentes realizaram um protesto que complicou o trânsito em diversas vias de BH. A manifestação começou às 9h, na Praça da Estação, e os participantes se deslocaram até a Avenida Afonso Pena, onde bloquearam todas as faixas no sentido rodoviária, nas imediações da Praça Sete.
O impacto foi tanto que o congestionamento refletiu no fluxo de avenidas como Amazonas, com retenção até a Rua dos Caetés, especialmente no trecho entre a Praça Sete e a Avenida Carandaí. No sentido Mangabeiras, o trânsito também ficou parado até a Praça Rio Branco.
O que diz a PBH
Procurada pelo Estado de Minas, a prefeitura de BH informou, em nota, que sempre esteve aberta ao diálogo e realizou, somente neste ano, 32 reuniões com o sindicato que representa a educação para avanços nas pautas específicas e resolução de outras demandas da categoria. Leia o posicionamento na íntegra:
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia
"Reconhece também a importância dos profissionais da Educação e a necessidade constante de valorização e destaca que 100% dos profissionais do magistério da Rede Municipal de Ensino de Belo Horizonte recebem salários acima do piso nacional. O salário médio de um professor de ensino fundamental que trabalha, por exemplo, nos turnos da manhã e tarde, é de mais de R$ 13 mil. Contudo, todas as concessões devem ocorrer de maneira responsável, equilibrando as necessidades de diferentes setores para garantir a sustentabilidade financeira do Município. Com essa premissa, a Prefeitura informa que o índice de reajuste de 2,49% representa o limite orçamentário para despesas dessa natureza e qualquer outra proposta extrapola as finanças municipais. O impacto anual do reajuste de 2,49% com o aumento do vale-refeição para R$ 60 e outras demandas específicas será de R$ 493 milhões, sendo R$ 156 milhões somente para a Educação, caso aceitem a proposta", disse o executivo.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Celina Aquino