INVESTIGAÇÃO

Suspeito de matar a ex em BH estava chantageando mulher para comprar moto

Ivanda Aparecida Viana, de 57 anos, foi vista pela última vez em 1º de junho, quando saiu para levar o ex-namorado até um ponto de ônibus

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O relacionamento entre Ivanda Aparecida Viana, de 57 anos, e o principal suspeito de matá-la, de 31 anos, era conturbado. A informação foi divulgada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (10/6). O corpo da faxineira foi encontrado em uma área de mata no Bairro Nazaré, na Região Nordeste de Belo Horizonte, na manhã dessa segunda-feira (9/6). Ela estava desaparecida desde 1º de junho, após sair de casa para acompanhar o ex-namorado até o ponto de ônibus.

De acordo com o delegado Alexandre Oliveira da Fonseca, da PCMG, o casal se conheceu há 15 anos. Desde então, mantiveram um relacionamento com idas e vindas, que não era aceito pela família de Ivanda. Além da diferença de 26 anos entre eles, Davidson da Silva Vieira já havia sido condenado por roubo à mão armada e chegou a ser acusado de estuprar uma prima menor de idade.

Além disso, segundo relatos de familiares da vítima, o ex-companheiro já a havia agredido e feito empréstimos bancários em seu nome. Desta vez, a polícia descobriu que a mulher estava sendo chantageada pelo ex-companheiro. Mensagens trocadas entre eles mostraram que o homem pedia que a vítima comprasse uma motocicleta para ele e, somente assim, reataria o relacionamento.

“Relacionamento bastante conturbado, marcado por violência doméstica e patrimonial. Já houve um episódio em 2020, quando ele, usando a conta corrente da senhora Ivanda, fez um empréstimo de R$ 3 mil. O relacionamento também era pontuado por ameaças e discussões”, afirmou Fonseca.

Davidson da Silva Vieira, de 31 anos, foi preso em flagrante por ocultação de cadáver em um hotel em Santo Antônio do Amparo, no Sul de Minas Gerais, também na manhã de segunda-feira. Desde então, ele está detido no presídio de Lavras, onde aguarda a audiência de custódia.

Além disso, a PCMG já solicitou sua prisão preventiva pela suspeita de feminicídio. Apesar de negar que matou a ex-companheira, imagens de segurança obtidas pela investigação o flagraram andando em uma rua próxima ao lote onde o corpo foi encontrado.

Dinâmica do crime 

As investigações preliminares indicam que Ivanda estava em casa, confraternizando com algumas amigas, quando Davidson chegou de surpresa. Em determinado momento, o filho dela, que não aceitava o relacionamento, apareceu e, por isso, o suspeito decidiu ir embora. No ponto de ônibus, na Avenida Antônio Carlos, o casal teria discutido e, depois disso, a mulher não voltou para casa.

De acordo com familiares, ao ser questionado, o ex-namorado da mulher afirmou que a deixou na avenida e foi para sua casa, em Betim, na região metropolitana. No entanto, essa versão foi refutada pela apuração da PCMG, que constatou que tanto a vítima quanto o suspeito pegaram um carro de aplicativo e foram até um endereço no Bairro Vista do Sol, também na Região Nordeste da capital.

“Com as informações da corrida por aplicativo, conseguimos estabelecer as datas e horários precisos da ocorrência. O autor embarca com a senhora Ivanda às 22h28, na Avenida Antônio Carlos, próximo ao Hospital Belo Horizonte, e desembarca às margens do Anel Rodoviário às 22h38. Logo em seguida, poucos minutos depois, ela é executada. Depois, ele atravessa o Anel Rodoviário, faz uma volta pelo Bairro Jardim Vitória e, às 23h25, embarca em outro carro de aplicativo em direção à sua casa. Tivemos o às imagens e identificamos que o desembarque foi feito com a senhora Ivanda, e no reembarque o autor estava sozinho”, explica o delegado Alexandre Oliveira da Fonseca.

Ainda conforme o delegado, em depoimento, o motorista de aplicativo que levou o casal até o endereço próximo ao local onde o corpo foi encontrado afirmou que a mulher aparentava estar embriagada e que foi necessário carregá-la para fora do carro. Os investigadores suspeitam que ela possa ter sido dopada. No entanto, a confirmação sobre possíveis drogas só será possível após o resultado do exame toxicológico.

Segundo o chefe da investigação, Ivanda foi atingida com uma pedra na região da nuca. A lesão, conforme Fonseca, provocou fratura na base do crânio. “Ao ser atingida, ela caiu, e o autor teria continuado as agressões.”

Ocultada em matagal 

O corpo de Ivanda foi encontrado em uma área de mata usada como bota-fora, às margens da BR-381, no quilômetro 86, no Bairro Nazaré, Região Nordeste de Belo Horizonte. Os restos mortais estavam escondidos entre montes de areia. O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) foi acionado às 8h pela Polícia Civil para auxiliar na busca da mulher.

A operação contou com a atuação da cadela Kali, conduzida pela cabo Moreira, que foi decisiva na localização do corpo. A cadela, especializada em busca e resgate, indicou o local para onde a vítima havia sido levada.

De acordo com o primeiro tenente do CBMMG e comandante do pelotão de busca, resgate e salvamento com cães, André Dutra, na noite de domingo a corporação foi acionada pela PCMG para explicar a ocorrência e, assim, planejar a operação para a manhã seguinte. No local, com base nas informações sobre onde Ivanda teria sido vista pela última vez, o pelotão traçou um raio de buscas para os cães.

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“Na mata, em menos de dez minutos, conseguimos localizar o corpo da vítima. Ele estava oculto sob uma vegetação que, aparentemente, foi dobrada propositalmente. Vale ressaltar que trabalhamos com os cães na busca de pessoas vivas, cadáveres e restos mortais em diversos tipos de situações”, explicou o tenente.

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