VALE DO MUCURI

MG: indígenas e quilombolas trocam sementes e debatem preservação ambiental

A 1ª Pré-Jornada na Terra Indígena Maxakali, com o tema 'Reflorestar o Território Tikm’n', começou nessa segunda-feira (9/6) e vai até sexta (13/6).

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Povos indígenas, quilombolas, camponeses e aliados se reúnem na Aldeia Nova Vila, Território Indígena Maxakali, em Bertópolis, no Vale do Mucuri, para uma ação coletiva de reflorestamento, fortalecimento cultural e debate sobre preservação do meio-ambiente. A 1ª Pré-Jornada na Terra Indígena Maxakali, com o tema “Reflorestar o Território Tikm’n”, começou nessa segunda-feira (9/6) e vai até sexta (13/6).

A iniciativa organizada pelo Projeto Hãmhi e Teia dos Povos conta com a presença de autoridades do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), como Paulo César Vicente Lima, coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Apoio Comunitário, Inclusão e Mobilização Sociais (CAO-Cimos), e da promotora Nelma Matos Silva, que atua em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri.

Durante os cinco dias, o evento conta com ações como mutirões de reflorestamento, trocas de sementes crioulas (sementes selecionadas e manejadas pelos agricultores, no ambiente de cultivo local), rodas de conversa com pajés e mulheres, exibição de filmes e conversas sobre soberania alimentar, espiritualidade, políticas públicas e outras atividades. Para quem ainda quiser participar e apoiar a mobilização pela vida e pela floresta, é necessário fazer inscriçãoEstudantes contribuem com R$ 50, e assalariados, com R$ 100.

Resistência em um território vulnerável

Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), a Terra Indígena Maxakali, que abriga o povo Tikm’n, enfrenta efeitos severos das mudanças climáticas em uma das regiões do Brasil que mais registraram aumento de temperatura nos últimos anos.

Apesar de estar cercados por áreas degradadas e com o a água limpa e terras cultiváveis, os Maxakali adotaram uma abordagem de “reflorestamento com memória” — um processo que alia a restauração ecológica à valorização de rituais, cantos e sementes tradicionais.

Os Tikm’n-Maxakali

O povo Tikm’n-Maxakali vive em situação de extrema vulnerabilidade, marcada por insegurança alimentar, falta de água potável e altos índices de mortalidade infantil — consequências diretas do desmatamento, da desigualdade socioambiental e do racismo estrutural. Segundo o Projeto Hãmhi, 2,6 mil indígenas Tikm’n-Maxakali estão distribuídos em quatro territórios no Nordeste de Minas: Água Boa (Santa Helena de Minas), Pradinho (Bertópolis), Aldeia Verde (Ladainha), Cachoeirinha e Aldeia-Escola Floresta (Teófilo Otoni).

O projeto atua na região desde 2023 com ações de reflorestamento, agroecologia e valorização da cultura Tikm’n. Já foram restaurados mais de 156 hectares de Mata Atlântica e implantados 60 hectares de quintais agroflorestais. Eles também formam agentes agroflorestais e viveiristas indígenas, unindo ciência, tradição e cuidado com o território.

Indígenas em Minas

Segundo dados do Censo Demográfico, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022, a população indígena do Brasil chegou a 1.693.535 pessoas – representando 0,83% do total de habitantes do país. Minas Gerais é o terceiro estado com menor proporção de indígenas na população, com 0,18%, atrás apenas de São Paulo (0,12%) e Rio de Janeiro (0,11%). Atualmente, o estado tem 36.699 indígenas entre seus habitantes, o que significa um aumento de 18% em relação ao levantamento de 2010, quando eram 31.112.

Serviço:

Evento: 1ª Pré-Jornada na Terra Indígena Maxakali - "Reflorestar o Território Tikm’n"
Data: de 9 à 13 de junho (programação completa)
Local: Aldeia Nova Vila, no Território Indígena Maxakali (Bertópolis)
Para mais informações: @teiadospovos 

*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata

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