
Novos tempos do amor
Tudo indica que o mundo ficou mais leve, as uniões homem-mulher mais definidas, mais reais. Namoros até tomaram ares de pré-casamento
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Aqueles namorados de antigamente não existem mais. Aquele namoro na varanda ou na porta de casa é lembrança de outro século. Os pais acompanharam os tempos e os filhos comemoram o Dia dos Namorados do jeito que bem quiserem. É por isso que motéis ficam lotados nesta noite de 12 de junho. Longe vai o tempo em que namorado ganhava um beijo especial e a namorada a rosa furtada no jardim ou até um sorvete, já meio derretido.
Os chocolates chegaram depois, quando os namorados, de mãos dadas, podiam comemorar seu dia na sala da família, “conquistada” depois de meses de namoro do lado de fora da porta. Podia até ser que dali surgissem noivado e casamento, mas o namoro era vigiado o tempo todo por pais preocupados com a segurança das filhas.
Os tempos foram ando, as restrições acabando e namoros até tomaram ares de pré-casamento, sem muita vigilância, mas sempre com restrições que deveriam ser obedecidas. Alguns pais, adeptos do mundo moderno, ofereciam às filhas um pacote de pílulas anticonceptivas, outros uma grana para ir ao hotel de luxo. Os mais práticos ofereciam a própria casa, mas com a condição de se evitar a gravidez.
Na verdade, guardadas pequenas restrições, hoje tudo é possível. O importante é os namorados se conhecerem. Viagens para o exterior, que só ocorriam na companhia dos pais, atualmente são programas de férias para qualquer lugar do mundo.
O que motivou a mudança de costumes e da constituição de uma família? Alguns casamentos são assumidos depois de muita vida em conjunto, os filhos nascem de programação antecipada. Se o casal não consegue procriar, adoções estão mais constantes.
Apesar das condenações tradicionais, tudo indica que o mundo ficou mais leve, as uniões de homem e mulher mais definidas, mais reais. Desde que ela entrou no mercado de trabalho e aceitou dividir com ele os custos da vida conjugal, as uniões ficaram mais fáceis.
É claro que as desavenças continuam valendo, só mudam as proporções. O divórcio procura redefinir papéis, mas, como acontecia antes dele, há muitos homens que não respeitam o dever de manter e educar os filhos, mesmo quando se separam das esposas.
Manter a ex-mulher depois da separação é uma queixa que ganha novos traços. O mais forte é o papel feminino no mercado de trabalho. Algumas separações judiciais dão a ela o dever de manter o ex- marido – tipo caiu a casa sobre sua cabeça.
Apesar de não ser muito comum, a lei existe e atinge, sobretudo, a mulher que trabalha e tem um bom salário. O tempo da “teúda e manteúda” não existe mais – o que continua valendo sempre é o Dia dos Namorados. Afinal, quem quer se livrar de um dia de festa?
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