O presidente do Egito, Abdel-Fattah el-Sissi, disse à rede de televisão CBS que seu país e Israel estão cooperando contra militantes islâmicos na Península do Sinai, um reconhecimento surpreendente que poderia explicar o pedido do governo egípcio de que a CBS não transmitisse a entrevista.Trechos da entrevista divulgados pela CBS no fim de semana também mostravam o presidente el-Sissi negando a existência de presos políticos no Egito. A CBS, que deve apresentar a entrevista completa no domingo em seu programa "60 Minutes", disse que rejeitou um pedido do governo egípcio de não transmiti-la. A rede de TV não disse sobre qual parte dos comentários o governo do Cairo fez objeções, mas a cooperação com Israel parece ser a parte mais contenciosa.El-Sissi concedeu a entrevista em Nova York cerca de três meses atrás, quando o líder egípcio estava lá para a Assembleia Geral da ONU, mas a CBS não informou o motivo de não tê-la colocado no ar mais cedo. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Egito não foi localizado para comentar.No ano ado, as forças armadas do Egito negaram as notícias de que Egito e Israel estariam cooperando contra militantes no norte do Sinai, onde forças de segurança egípcias lutam há anos contra extremistas, agora liderados pelo Estado Islâmico.De acordo com os trechos, el-Sissi foi questionado se a cooperação de seu país com Israel estava mais próxima do que nunca. "Isso está correto. Temos uma ampla gama de cooperação com os israelenses", respondeu. Os trechos não apresentam a pergunta completa sobre cooperação bilateral nem mencionam especificamente os militantes do Sinai.Autoridades israelenses elogiaram publicamente a cooperação de segurança com el-Sissi, que conseguiu com sucesso a permissão de Israel para deslocar tropas, armamentos e helicópteros para perto da fronteira com Israel para lutar contra militantes, contrariando as limitações do tratado de paz sobre o número de militares ou o tipo de armas que o Egito pode ter na região.El-Sissi, desde que assumiu o cargo em 2014, reuniu-se pelo menos duas vezes com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. As reuniões receberam pouca atenção da mídia no Egito, um país onde a maioria das pessoas ainda vê Israel como inimigo e onde os sindicatos e a maioria dos partidos políticos se opõem veementemente à "normalização" das relações com Israel.Na entrevista, el-Sissi também questionou um relatório recente da Human Rights Watch de que o Egito tinha 60 mil presos políticos. 4o4e28